A chegada- 2016 (Critica).
(A chegada) e o mais
novo filme do cultuado cineasta canadense (Denis Villeneuve), o diretor já assinou obras como (Prisoners 2013), (O
Homem Duplicado) 2013 e Sicario (Sicario:
Terra de Ninguém)2015, todos estes com criticas positivais e
atendendo as expectativas de seus fãs. Desta vez Villeneuve mergulha sobre o vasto oceano da ficção
cientifica para nos presentear com um dos filmes mais sensíveis e filosóficos
do gênero, o que obviamente não seria uma tarefa muito fácil.
Em (A
chegada) 12 “naves” alienígenas chegam
a terra, distribuídas em lugares distintos do globo, não se sabe ao certo suas intenções, mas pelo que parece os alienígenas estão em missão de paz, logo de inicio
somos apresentados a Louise interpretada
pela brilhante e injustiçada (Amy Adams), uma renomada e ambiciosa linguista americana que e
recrutada por (Forest Whitaker) para quem sabe estabelecer algum tipo de
contato com os famosos alienígenas.
Alias uma observação se faz
pertinente neste momento, poucas vezes uma ficção cientifica foi capaz de
oferecer um estudo de personagem tão competente quando em (A chegada) Loise o personagem de (Amy Adams), carrega o filme em suas costas com uma atuação vibrante e
perfeccionista, cada reação da atriz parece minimamente calculada e capaz de
transmitir ao espectador o medo e a inquietude do personagem ao vivenciar tais momentos. A química
com o ator (Jeremy Lee
Renner) funciona dês dos primeiros minutos em que os atores entram em cena, no
inicio não sabemos bem o propósito desta conexão, mais ao decorrer do filme
compreendemos que tudo faz parte da inquietante diegese que nos cativa e nos
leva pela historia.
E quase sempre loise que tem razão, e ela quem
desenvolve os primeiros conceitos sobre o processo de comunicação dos “Heptapods ”
( sim esse foi o nome dado aos alienígenas, conhecendo Villeneuve e suas
já consagrada metalinguagem não e difícil pensar nas aranhas de O Homem
Duplicado). O filme se sustenta sobre uma premissa científica conhecida como Hipótese Sapir-Whorf, Em suma, essa hipótese postula que as pessoas vivem segundo
suas culturas em universos mentais muito distintos que estão exprimidos (e
talvez determinados) por suas distintas linguagens.
E sobre essa premissa que (A chegada) constrói seu escopo intelectual, o filme trabalha com a
assustadora percepção de que a nossas capacidades cognitivas estejam limitadas
por nossa evolução linguística, os planos abertos de Villeneuve fazem contrastes metalinguísticos com a então pequena e limitada capacidade humana de interpretar o tempo . No auto de nossa ignorância nós achamos uns
mais capazes de traduzir o mundo que nos cerca que os outros, construímos
muros, hasteamos bandeiras, oramos por personalidades históricas, vestimos
nossas camisas de nossos times ideológicos e enganamos a nós mesmo sobre o
futuro, não sabemos nada sobre o futuro, não sabemos quase nada sobre nos
mesmos.
A vigorosa e minimalista trilha sonora nos conduz sobre um mar de duvidas, a fotografia matadora de (Bradford Young) e alguns intrigantes planos concedidos por Villeneuve nos transporta em alguns momentos para outro universo cinematográfico do campo da ficção científica, quando (Amy Adams) toca curiosa a nave e inevitável não nos lembrar de 2001 - Uma Odisseia no Espaço, os Heptapods então estariam para (A chegada) assim como os monólitos estão para (2001) ?
Após toda a imersão linguística traga pelo o primoroso trabalho de designer de produção, somos então contemplados por um terceiro ato extremamente sênsil e humano, onde há uma competente da conexão da subi trama ao conflito principal, gerando um dos mais emocionantes e sinceros finais do cinema. Em tempo de murros (A chegada) fala sobre a eminente necessidade de construímos elos mais forte e uma comunicação mais sólida e menos dicotômica.
Nota: 9,6.



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