Capitão Fantástico-2016 (Critica).


                          



   
 Capitão Fantástico dirigido por (Matt Ross), diretor que traz em seus currículo o apenas bom (28 Hotel Rooms)desta  vez o diretor encarna o espirito independente para nos guiar através de um dos melhores filmes de 2016, M. Ross nos apresenta a história de uma família nada tradicional , liderada por Ben Cash (Viggo Mortensen) um hippie que decide junto a sua esposa criar seus filhos longe das grandes cidades e das tradicionais instituições capitalistas.  
 
 A estética independente e a fotografia naturalista nos convida já no início a mergulhar pelo que o Personagem de Mortensen chama de paraíso,alguns planos abertos nos mostra belas paisagens tropicais que nos ajuda a rapidamente capturar o espirito dos personagens que compõem aquela família. Porem um personagem está fisicamente ausente, mais intelectualmente atuante durante todo o filme , esse personagem e o personagem da mãe, que por sofrer distúrbios psicológicos se encontra internada, mais a frente veremos que a mesma vem a cometer suicídio.  
  
 O conflito central da trama esta então devidamente estabelecido, o personagem de Viggo Mortensen não nutri uma boa relação com a família de sua esposa, mais especificamente com o pai , interpretado por (Frank Langella), o personagem de Ben então teme ir ao velório de sua esposa com medo das retaliações de seu sogro que o ameça de tirar dele a guarda de seus filhos. Contudo, como não poderia ser diferente a família encara a jornada e caem na estrada, rumo ao que eles mais abominam, a civilização moderna norte- americana o berço do capitalismo. E neste momento que o filme passa de mais um conto ante capitalista a um provocativo estudo sobre um inevitável choque cultural, que coloca realidades distintas sobre a mesma tela de maneira intelectualmente honesta , imparcial, mas não menos provocativa.  

 Transitando entre um drama social contemporâneo e uma comedia irônica e subversiva o filme faz com que não sejamos capazes de sermos indiferentes aos conflitos vividos pela tão particular família, choramos com as verdades inconvenientes sobre como tradicionalmente educamos nossos filhos de maneira superficial e infantilizam-te e rimos de nos mesmo através de um espelho que escancara a futilidade do consumismo e das convenções sociais, sem que para isso a direção precise tomar partido, pelo contrário à mesmo se mostra extremamente competente em se equilibrar entre, expor provocações sociais e tecer pontuais críticas aos próprios personagens, elevando a produção a um outro nível de engajamento intelectual.  



 Sem a necessidade se apresentar como uma produção dona de uma verdade absoluta e com  inteligência suficiente para evitar um possível maniqueísmo, a trama se desenrola de forma orgânica e naturalmente engraçada,somos então  apresentados de forma extremamente sensível a dois mundos distintos , um onde se compra frango em um abatedouro “humanizado” e outro em que em vez de se comemorar o natal comemora- se o dia de Noam Chomsky ,dando facas e flechas para crianças com menos de 10 anos. Um embate cultural capaz de produzir cenas surpreendentemente transgressoras , sarcásticas e provocativas.



 No último ato  (Matt Ross) se  o direito de amarar a trama sobre uma formula comercialmente consolidada, temos cantorias e uma bela versão de um dos maiores clássicos do rock in roll, reinterpretada de forma inspiradora. Mais alguns minutos desnecessários e algumas cenas redundantes e temos então Capitão fantástico, uma experiência cinematográfica indispensável e fascinante. 

Nota: 8,6.   

(Vinicius Rezende). 

















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